
Nesta semana que levo de Nova Zelândia já consegui recolher algumas informações, umas importantes para perceber o que é este País, outras (a maioria) inúteis, que aproveito para transmitir:
* Há, pelo menos em Auckland, tantas mulheres como homens a guiar táxis. Este foi o primeiro país do mundo a dar (em 1893) o direito de voto às mulheres. Um homem tem que ser taxista para ir sempre pelo caminho mais longo, numa mulher é uma qualidade inata, pelo que nada mais natural que pô-las ao volante de um táxi.
* Os pacotes de açucar têm menos açucar em Portugal. Lá têm 7/8 gramas, aqui não devem ter mais que 5, se tanto. Ou seja, ou usamos dois pacotes e pomos açucar a mais ou emagrecemos.
* Há café expresso (espresso, para ser rigoroso) em quase todo o lado, tal como misteriosamente os gelados na Austrália são apresentados como genuine gelatto. Deve haver uma relação.
* Na imprensa é dado mais destaque à escolha do próximo treinador dos All Blacks do que do que ao primeiro ministro. Os dois pretendentes (o actual treinador e um outro) tiveram 30 minutos para argumentar junto da Federação Neozelandesa de Rugby porque deviam ser escolhidos. Ao contrário do habitual, apesar de ter perdido o campeonato do mundo o treinador actual conseguiu aguentar-se. O candidato preterido foi filmado hoje, com um ar pesaroso de quem perdeu uma final, a meter-se no avião para ir à Austrália negociar o prémio de consolação (treinar a selecção australiana de rugby).
* Não há predadores terrrestres autóctones na Nova Zelândia, pelo que os pássaros eram maiores que em qualquer outra parte do Mundo. Quase todos foram extintos: os Maori caçaram até à extinção o Moa, o maior pássaro terrestre do planeta, que chegava a ter 3 metros de altura. Menos sorte ainda teve o Huia, um passaroco que tinha uma belíssima pena de cauda. No final do Século XIX no regresso de uma visita à Nova Zelândia o então Duque de York levou uma dessas penas no chapéu, lançou a moda em Londres, os ingleses enfeitaram furiosamente os seus chapéus e em poucos anos extinguiram a espécie.
* 80 por cento da flora é autóctone. Deve ser por isso que eu nunca vi pinheiros tão altos na minha vida (chegam a ter uns 30 metros ou mais). É porque se calhar não são pinheiros...
* Em Os Maori assinaram um tratado que cedeu parte da soberania das ilhas aos colonizadores, em troca de consagração de alguns dos seus direitos. Que parte e que direitos é que não se sabe muito bem, porque ainda hoje não há acordo quanto à tradução...
* Tirando os Maoris, a Nova Zelândia é uma sociedade bastante igualitária. Resultado: o parque automóvel parece o de Portugal nos anos 80, se trocarmos os Fiats e Renaults por carros japoneses e coreanos. Em cinco dias só vi um Audi, 2 Range Rovers e um jipe Mercedes. De resto tudo carros japoneses com 10 anos ou mais. Quando comentei casualmente, com o porteiro de um hotel de luxo onde estava, que o carro que estou a usar é a coisa mais feia que já guiei, a resposta veio certeira: what's important is that it takes you from point A to point B, ain't it sir?
* Todos os turistas deste País são, por esta ordem, japoneses, chineses e coreanos, para além de mim e de quinze australianos.
* Os neozelandeses apoiam de alma e coração não uma, mas duas equipas de Rugby: The All Blacks and anyone playing Australia
* O Kiwi, nome porque são conhecidos os neozelandeses, não é (só) um fruto. É um pássaro.
* Há cidades que têm gondolas. Não, não são a remos. São teleféricos.
* Há cidades que têm gondolas. Não, não são a remos. São teleféricos.
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