terça-feira, 11 de dezembro de 2007

O filme a rever

O cérebro é uma máquina de memória associativa, e quando se fala da Nova Zelândia provavelmente nove em cada dez de nós (e lá vai mais uma estatística impossível de comprovar) recorda-se do Senhor dos Anéis, um filme que, não por acaso, foi realizado por um neozelandês.

Com a minha mania que não sou carneiro — dos que seguem o rebanho, não o signo do zodíaco, que ironicamente até é o meu — evitei até ao limite do possível a tentação de misturar o Senhor dos Anéis com a minha viagem (apesar de ter lido a obra de JRR Tolkien ainda mais novo que o Peter Jackson), mas acabei por ceder quando passava casualmente por uma loja de souvenirs no topo do teleférico de Christchurch, e vi um livro que relaciona os cenários do filme com as várias regiões das ilhas Norte e Sul onde as filmagens decorreram, para além de algumas informações laterais (a forma como determinadas cenas combinam elementos de locais diferentes, por exemplo) importantes para quem quer rever o filme e relacioná-lo com os cenários neozelandeses.

Desencorajado pela chuva intensa a aventurar-me fora do hotel, aproveitei para matar o tempo que tenho em excesso a perceber se alguma coisa se passou na proximidades, e pelos vistos saíu-me o jackpot. Parece que foi nos montes ao fundo da minha janela, um pouco ao lado do Mount Cook, que foi digitalmente implantada a cidade de 'Minas Tirith', onde se desenrola a maior batalha do Senhor dos Anéis, no terceiro filme da saga, que antecede o assalto final a Mordor. Apoiado nas fotografias do livro apercebi-me que a caminhada de Gandalf a caminho da cidade, para a avisar da chegada iminente das hordas de Sauron, foi filmada poucos metros abaixo da minha janela.

A batalha propriamente dita, a cena épica em que milhares de cavaleiros vão em socorro da cidade quando a sua queda já parecia iminente, foi filmada noutro local, o planalto de Twizel, a cerca de sessenta quilómetros daqui. Amanhã, a caminho de Queenstown, parece que vou ter que completar a outra metade da cena. E, a partir de agora, já sei como vou ocupar parte do meu tempo de minha recuperação caseira do jet lag.

Nota: este post foi escrito no dia anterior a ser colocado online, dado que o famous Hermitage não tem internet em condições

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