segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

32 hours flying people

Escrevo este post no vôo matinal da TAP de Frankfurt para Lisboa, a 22 de Dezembro, o último dos três aviões que ligaram Auckland à minha cidade natal. São agora praticamente sete da manhã e sobrevôo a cidade de Paris, facto para o qual o comandante do avião teve o cuidado de nos alertar há dez minutos, dizendo-nos que teríamos a oportunidade de ver a cidade do lado esquedo do avião, no qual me encontro.

Foi, deste ponto de vista, uma viagem onde não faltaram de vistas privilegiadas, de que o corolário foi agora a visão da capital francesa na hora perfeita, quando o nascer do Sol se antevê e tinge o horizonte de tons vivos de encarnado, mas a superfície ainda está mergulhada na noite, permitindo-nos assim apreciar a iluminação pública ainda em funcionamento, que vista de onze mil metros de altitude resulta no desenho da cuidada organização urbanística da cidade.

Do primeiro vôo, de Auckland a Hong Kong, ficou-me na retina a fantástica visão diurna do Mar de Coral no Nordeste Australiano, uma sucessão de centenas de ilhas e ilhotas dos mais variados formatos, dimensões e profundidades, levando a água a assumir uma coloração quase sobrenatural nalguns locais, culminando com a Grande Barreira de Coral, esse santuário da vida natural de que nos recordamos antes de qualquer outro local quando pensamos na costa virgem da Áustralia.

Ao caír da noite a rota levou-nos ainda a sobrevoar Manila, capital das Filipinas, a última de múltiplas ilhas iluminadas que o avião foi sobrevoando, poucas horas antes de aterrar em Hong Kong. No vôo seguinte aproveitei para me estender um pouco, dormindo as cinco ou seis horas de sono que desfrutei em toda a viagem, o que me levou a acordar no preciso momento em que atravessávamos as montanhas a Norte do planalto tibetano, cuja dimensão e altura monumentais as faziam parecer, vistas da minha janela, quase ao alcance mão, apesar de estarmos numa altitude claramente superior a dez mil metros.

Estou cansado, natural para quem vem de quase vinte e três horas dentro de aviões, entrecortadas por uma paragem em Hong Kong onde aproveitei, para além das últimas compras de Natal, para resolver à distância alguns problemas que ocorriam no escritório. Resisti, no entanto, melhor do poderia supôr, facto a que não será alheia a qualidade do espaço e serviço dos aviões da Cathay Pacific. Resta-me esperar pelo mais difícil, que é recolher em tempo razoável as minhas malas na Portela, para poder dizer, quando a meio da manhã chegar ao tratamento anti-Jet Lag que marquei há um mês, no Spa do Ritz, que tive uma viagem perfeita.

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